Mais de 100 mil vagas nas universidades públicas ficaram ociosas em 2014.
MEC divulgou os dados do Censo da Educação Superior nesta sexta.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou, nesta sexta-feira (4), a realização de uma nova seleção para preencher vagas remanescentes do ensino superior público. No ano passado, segundo os dados do Censo da Educação Superior, divulgados nesta sexta, o Brasil registrou 114 mil vagas remanescentes em instituições federais. Considerando também as vagas das demais universidades públicas, além das federais, o número sobe para cerca de 150 mil. A seleção, que, segundo Mercadente, deve ser feita pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), vai levar em conta critérios como a nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou o desempenho acadêmico do estudante na instituição superior em que ele já estuda.
De acordo com os dados do Censo, o Brasil tinha, em 2014, 7.828.013 matrículas no ensino superior, sendo que 5.867.011 estavam na rede privada e 1.961.002 eram de estudantes da rede pública.
Segundo Mercadante, a expectativa é de que as universidades passem a aderir ao novo modelo de preenchimento de vagas. Ele informou que o ministério vai mudar a forma com que são repassados recursos para instituições federais: passam a receber mais recursos aquelas que têm mais vagas preenchidas — em vez de aquelas que têm maior número de vagas.
“Se eu aumento o número de estudantes na unversidades, eu aumento o meu repasse. Todas as universidades vão buscar participar. É essa a minha avaliação”, disse o ministro.
A previsão do governo é de que as mudanças passem a valer a partir de 2016. A estimativa é de que o governo possa preencher essas 150 mil vagas “sem aumentar despesa pública”, explicou Mercadante.
75% das matrículas na rede privada
O número de estudantes matriculados em um curso de graduação em instituições pagas cresceu 224% em 15 anos, segundo dados do Censo da Educação Superior de 2014, divulgados pelo Ministério da Educação na tarde desta sexta-feira (4). No ano passado, segundo o governo federal, três em cada quatro universitários estavam matriculados na rede particular. Há uma década e meia, essa porcentagem era de 67%.
Em 2000, o Brasil tinha 2.694.245 estudantes matriculados no ensino superior. Destes, 1.807.219 pagavam mensalidade para estudar. Em 2014, o número de universitários brasileiros mais que dobrou. No total, o país tinha 7.828.013 matrículas neste nível de ensino, segundo os dados divulgados pelo MEC nesta sexta.
O crescimento total foi de 190,3% neste período. O número de matrículas na rede pública registrou uma expansão de 120,7% e chegou a quase dois milhões, mas, na rede privada, esse crescimento foi maior. Dos cerca de 7,8 milhões de estudantes, 5.867.011 estavam matriculados em uma universidade, faculdade ou centro universitário particular, um aumento de 224% em comparação com 2000.
Rede pública X privada
De acordo com os dados do MEC, em média, para cada universitário da rede pública, há 2,5 estudantes matriculados na rede privada no Brasil. São Paulo é o estado com a maior proporção de alunos da rede privada em comparação com a pública: a razão chegou a um aluno da rede pública para cada 5,3 estudantes da rede privada.
No Distrito Federal, esta relação é de um para 4,6. Em Rondônia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, há pelo menos o triplo de estudantes na rede particular do que na pública (veja abaixo a relação completa).